quarta-feira, 24 de outubro de 2012

José e a História perfeitamente escrita por Deus

Histórias como a de José normalmente são tomadas como grandes tragédias, fruto da injustiça, e frequentemente admite-se a ilusão de que tudo poderia ser melhor se nada de ruim acontecesse. É difícil perceber, mas esse pensamento entorpecente não passa de uma inspiração diabólica. Se José tivesse permanecido com seu pai e irmãos longe do Egito, provavelmente todos teriam morrido durante a seca, a descendência de Israel (Jacó) não existiria mais e a promessa de Deus a Abraão, Isaque e Jacó não se cumpriria (será?).

Primeiro: um leitor sem discernimento pode entender que José seria muito mais racional ao retribuir aos seus irmãos o mesmo mal que estes lhe fizeram anos antes. Desfrutando de privilégios como governante do Egito, ele poderia ter se tornado um tirano poderoso, tramado contra Faraó, estabelecido um império extenso - afinal, sabemos que o nosso protagonista era um excelente empreendedor. Mas quando se enxerga o plano de Deus, não existe espaço para sentimentos egoístas, e José sabia disso (Gen 45:5).

5 Agora, pois, não vos entristeçais, nem vos aborreçais por me haverdes vendido para cá; porque para preservar vida é que Deus me enviou adiante de vós.
6 Porque já houve dois anos de fome na terra, e ainda restam cinco anos em que não haverá lavoura nem sega.
7 Deus enviou-me adiante de vós, para conservar-vos descendência na terra, e para guardar-vos em vida por um grande livramento.
8 Assim não fostes vós que me enviastes para cá, senão Deus, que me tem posto por pai de Faraó, e por senhor de toda a sua casa, e como governador sobre toda a terra do Egito. 

Segundo: e se José tivesse agido de acordo com a sua própria vontade e se desviado da vontade Suprema? Bom, eu acredito que a História de Deus teria sido escrita de outra maneira, com outros personagens, e José seria só mais uma poeira de um passado distante. Nossos dons são irrevogáveis, mas a forma como os utilizamos mostra quem nós somos - salvos e libertos ou presos e condenados. Ou você usa seus dons para servir aos outros sem murmurar e ser liberto, ou você os usa para servir à própria vaidade e ficar preso nisso pelo resto de uma vida miserável espiritualmente.

Se nós pudéssemos ver metade do que Deus tem feito em nossas vidas, não existiria espaço para reclamações sem fim acerca de qualquer bobagem. Seja qual for a situação que qualquer um de nós passe, desde um desentendimento familiar até a morte, somos personagens de uma História bem maior. Temos muito o que aprender com a história de José.

terça-feira, 9 de outubro de 2012

José, o empreendedor

Antes da era das startups, da sociedade do conhecimento, das revoluções industriais e até mesmo do alfabeto escrito como o conhecemos, existiram empreendedores. A história de José (Gen 39) comprova que esse comportamento, tão estimado atualmente, independe de quaisquer condições para existir. Não importa se é o segundo sobre todo o reino, ou o último do cárcere, o empreendedorismo se manifesta em qualquer lugar. E sob a mão de Deus, conforme os versículos 3 e 23. Ser empreendedor é um dom.

José foi traído pelos irmãos por inveja e entregue como escravo para contrabandistas. Foi vendido a Potifar, um oficial do Faraó e, mesmo na condição de escravo, prosperou rapidamente, assumindo os negócios do patrão em sua ausência. Potifar confiava tanto em José que deixou de se importar com os detalhes dos próprios negócios e deixou tudo na mão do hebreu, "de maneira que nada sabia do que estava com ele, a não ser do pão que comia" (39.6).

Sofreu assédio sexual e, ao recusar a oferta fácil, foi acusado pela esposa do oficial de ter atentado contra ela própria. Jogado na prisão na condição de escravo, José ganhou a confiança do carcereiro de tal maneira que praticamente administrava o calabouço do Faraó. "E o carcereiro não tinha cuidado de coisa alguma que estava na mão de José, porquanto o Senhor era com ele, fazendo prosperar tudo quanto ele empreendia" (39.23).

Deus revelava a José, por meio da fé, a interpretação de sonhos. Foi assim que ele previu a morte do padeiro do Faraó, a libertação do copeiro, os sete anos de fartura e posterior seca no Egito. Até aqui foram nada menos que dois anos na prisão (nunca reclame que Deus se esqueceu de você). O aconselhamento de José foi digno de um empresário responsável:


34 Faça isto Faraó: nomeie administradores sobre a terra, que tomem a quinta parte dos produtos da terra do Egito nos sete anos de fartura;
35 e ajuntem eles todo o mantimento destes bons anos que vêm, e amontoem trigo debaixo da mão de Faraó, para mantimento nas cidades e o guardem;
36 assim será o mantimento para provimento da terra, para os sete anos de fome, que haverá na terra do Egito; para que a terra não pereça de fome.


Na Administração, os teóricos atualmente chamam isso de Planejamento Estratégico. Além de empreendedor, José era um líder habilidoso e, sobretudo, absolutamente temente a Deus. nunca confiou em suas próprias habilidades e dons para sobreviver, e o Criador sempre estava com ele em todas as situações. Antes de sermos arrogantes e murmuradores, é bom não esquecermos do que José representa: um homem obediente.

O Deus criativo

A característica que melhor comprova o fato de que o homem foi feito à imagem e semelhança de Deus é a sua capacidade criativa. O processo de construção de um texto, a composição de uma peça gráfica e o encaixe dos três elementos musicais (harmonia, melodia e ritmo) representam as atribuições do Criador citadas no primeiro capítulo de Gênesis em sua criação. Imperfeitas em nós por causa do pecado, mas presentes. Não é por acaso que o período da vida em que o ser humano mais cria é a infância - talvez por isso Jesus tenha afirmado que dos pequeninos é o Reino dos Céus (19:14); e rendeu graças porque as maiores revelações foram dadas aos pequeninos, e não aos sábios (Mateus 11:25).




Grandes coisas são reveladas através da imaginação das crianças, que as transmitem através de suas criações. Geralmente os adultos perdem essa sensibilidade depois da homogeneização escolar e da tutela deste século. Mas acredito que Deus, através do Espírito Santo, é capaz de restaurar essa capacidade em nós, à medida em que nos aproximamos dEle; a santificação nos deixa mais criativos porque nossa mente pensa como o maior designer e compositor do Universo. Que todos nós possamos ser melhores criadores por meio da vontade soberana de Deus, para que o Seu Reino seja proclamado na Terra.

O design perfeito