Primeiro: um leitor sem discernimento pode entender que José seria muito mais racional ao retribuir aos seus irmãos o mesmo mal que estes lhe fizeram anos antes. Desfrutando de privilégios como governante do Egito, ele poderia ter se tornado um tirano poderoso, tramado contra Faraó, estabelecido um império extenso - afinal, sabemos que o nosso protagonista era um excelente empreendedor. Mas quando se enxerga o plano de Deus, não existe espaço para sentimentos egoístas, e José sabia disso (Gen 45:5).
5 Agora, pois, não vos entristeçais, nem vos aborreçais por me haverdes vendido para cá; porque para preservar vida é que Deus me enviou adiante de vós.
6 Porque já houve dois anos de fome na terra, e ainda restam cinco anos em que não haverá lavoura nem sega.
7 Deus enviou-me adiante de vós, para conservar-vos descendência na terra, e para guardar-vos em vida por um grande livramento.
8 Assim não fostes vós que me enviastes para cá, senão Deus, que me tem posto por pai de Faraó, e por senhor de toda a sua casa, e como governador sobre toda a terra do Egito.
Segundo: e se José tivesse agido de acordo com a sua própria vontade e se desviado da vontade Suprema? Bom, eu acredito que a História de Deus teria sido escrita de outra maneira, com outros personagens, e José seria só mais uma poeira de um passado distante. Nossos dons são irrevogáveis, mas a forma como os utilizamos mostra quem nós somos - salvos e libertos ou presos e condenados. Ou você usa seus dons para servir aos outros sem murmurar e ser liberto, ou você os usa para servir à própria vaidade e ficar preso nisso pelo resto de uma vida miserável espiritualmente.
Se nós pudéssemos ver metade do que Deus tem feito em nossas vidas, não existiria espaço para reclamações sem fim acerca de qualquer bobagem. Seja qual for a situação que qualquer um de nós passe, desde um desentendimento familiar até a morte, somos personagens de uma História bem maior. Temos muito o que aprender com a história de José.
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