segunda-feira, 5 de outubro de 2009

Aos crentes na dúvida sobre Jesus


Por: Caio Fábio
Disponível em: www.caiofabio.com


Fico vendo o comportamento dos cristãos considerados cult, psicologicamente sensíveis...

Quem e como são?...

São necessariamente conflitados, recomendavelmente duvidosos, crentes em estado de permanente descrença; sem discernimento, mas muito críticos; evasivos quanto à eficácia do testemunho da Palavra pura e simples, embora cheio de opiniões negativas em relação a quem pregue sem angustia, conflito ou crise de fé; conhecedores teóricos das discussões da fé e dos dilemas teológicos, ainda que vivendo sem nenhum interesse prático/real no Evangelho que seja para além da informação e da discussão viciada...

Em geral são sempre descrentes de milagres [até nos da Bíblia], embora muito capazes de usá-los como alegorias ou lindas metáforas da vida...

Ou seja: quase sempre existindo como aquele que nem trepa e nem sai de cima; que nem chove e nem molha; que não é, mas não deixa de ser...

Ora, o que vejo é que estes, diferentemente dos falsos profetas e dos lobos, fazem seu próprio mal; posto que sejam mornos, sem intrepidez, sem disposição para além do discurso...

Portanto, sendo educados, parecem ganhar pela polidez de suas dúvidas o direito de existir em crise; sendo cavalheiros e finos, parecem poder caminhar em descrença aceitável; estando sempre em dúvida acerca de algo [...] mesmo assim continuam a discutir sobre o “tema Jesus”...

E, com isso..., se fazem passar por gente que duvida em razão de serem íntegros em relação à própria fé... Posto que sendo articulados, tornam seus conflitos elogiáveis, pois são ditos com benditas palavras psicológicas e filosóficas; e, sendo humanos no expressar seu sentir, ganham o direito de existir em dor, pois, sem dor de crise parece não existir real humanidade; tendo cultura, aparentemente dão aos demais crentes, menos instruídos, a sensação de que eles, os cult, os cultos, os sensíveis, são assim em razão de seu saber, da profundidade do seu sentir, e das angustias decorrentes de sua humanidade superior a dos demais...

Assim, estão e nunca são; dizem, mas jamais provam; pregam, e nunca aproveitam; sabem e não experimentam; poetizam, mas não amam para além das belas palavras; discutem a fé, e nunca a abraçam; falam de Deus, embora sempre em estado de dúvida devota...

Quando pastoreiam é antes de tudo em razão de suas próprias angustias...

Sendo assim [...] desconfiam de quem sendo humano não vive em angustia; de quem sendo pensante [...] não exista em dúvida; de quem crendo [...] busque viver conforme a fé; de quem confessando [...] não tema as implicações; de quem conhecendo a Deus [...] não se iniba quanto a afirmar...

Fico imaginando o que aconteceria, se tais deles, vivendo como discípulos de Jesus nos evangelhos, trouxessem tais devoções eternamente duvidosas a Jesus...

O que Jesus diria?...

Sim, se Ele disse que aquele que põe a mão no arado e olha para trás não é digno do reino de Deus [...] o que Ele diria a esses discípulos da dúvida?...

Ora, Ele não teve pudores jamais...

Aos Seus discípulos duvidosos Ele jamais disse que duvidar fosse parte de um processo normal de crenças [...], muito menos da fé...

Em Jesus não há elogios a duvida, mas tão somente à fé!

Não! Ele lhes pergunta: “Homens de pouca fé, por que duvidastes?”

Ante suas “impossibilidades” decorrentes da descrença..., Ele apenas disse: “Não pudestes expulsar o demônio por causa da pequenez da vossa fé!” E acrescentou: “Mas esta casta não sai senão por meio de jejum e oração”.

Sim, essa casta de crença sem fé, de fé que é apenas crença, e que se distrai discutindo a fé — de fato não sai senão mediante a sua quebra pela oração e pelo jejum.

Esta é a casta presente na maior parte dos pensadores da fé, mas que nunca se deixam pensar pela fé.

Sim, pois quem pensa a fé não é pensado pela fé...

Afinal, tal coisa somente acontece mediante a entrega em razão da confiança que faz a descrença morrer..., e que, ao mesmo tempo, introduz a pessoa no ambiente no qual “Deus não existe”, posto que em tal ambiente de fé não haja lugar para o Deus que existe, mas apenas para o Deus que É.

A descrença é relativa ao Deus que existe...

A fé decorre do Deus que É!

Portanto, brincar de crer sem crer é coisa de menino, e não de homem segundo o que Jesus considere um homem que anda mediante a fé, na alegria de não duvidar.

Leia os evangelhos e veja se Jesus acha legal viver sem as implicações de fazer da existência uma constante afirmação de fé...

Nos evangelhos você não encontrará este lugar..., embora encontre Jesus mostrando compaixão e amor também por esses, mas sem deixar de prosseguir em Seu caminho, vindo o candidato a discípulo após Ele ou não...

Nele, que não elogia a duvida como estado sadio de uma fé em crise permanente.

1 comentários:

Unknown disse...

Nunca se viu evangélicos tão vazios do Evangelho. Multidões abarrotam igrejas evangélicas e a cada dia novas igrejas são organizadas. O que tem acontecido? As grandes maiorias dos que professam serem cristãos, mas desconhecem os pilares fundamentais da fé cristã. Dúvidas, incertezas, fé desprovida de conteúdo bíblico e heresias povoam a mente dos evangélicos. Porém, se queremos que realmente Deus seja glorificado e os pecadores regenerados, precisamos urgentemente resgatar o espírito cristão, ou seja, a proclamação do Evangelho. Cristo e seu Evangelho eram os fundamentos da mensagem da Igreja Primitiva, como também do apóstolo Paulo: Irmãos vêm lembrar-vos o evangelho que vos anunciei, os quais receberam e no qual ainda perseverais; por ele também sois salvos, se retiverdes a palavra tal como vo-la preguei, a menos que tenhais crido em vão. Antes de tudo, vos entreguei o que também recebi: que Cristo morreu pelos nossos pecados, segundo as Escrituras, e que foi sepultado e ressuscitou ao terceiro dia, segundo as Escrituras. 1 Coríntios 15.1-4.

É nisto que nossa confiança deve repousar. A nós cabe o desafio de proclamarmos o Evangelho de poder. Não um Evangelho descorado do colorido da graça eterna de Deus, mas o que transforma pecadores em santos. Sobre nós pesa a mesma responsabilidade do apóstolo Paulo. Se anunciar o evangelho, não tenho de que me gloriar, pois sobre mim pesa essa obrigação; porque ai de mim se não pregar o evangelho! Se o faço de livre vontade, tenho galardão; mas, se constrangido, é, então, a responsabilidade de despenseiro que me está confiada. 1 Coríntios 9:16,17. Se formos pessoas regeneradas pelo poder de Deus e andarmos segundo os Seus princípios, certamente veremos o abundar e o transbordar do Evangelho em nossos corações para a vida de outras pessoas.

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